Piscinas naturais de Pedra Azul – ES

Parque na serra capixaba é cercado por pousadas de charme, restaurantes, lojas e cafés.

Uma pedra de 1.822 metros de altitude no meio da mata atlântica dá nome ao lugarejo conhecido como vila de Pedra Azul, que faz parte do município de Domingos Martins (ES), a 90 quilômetros de Vitória.

Ainda na rodovia BR-262, a caminho da vila, é possível observar essa formação rochosa que muda de cor de acordo com a incidência da luz solar: azul, esverdeada, às vezes alaranjada.

Com clima de montanha, a vila de Pedra Azul, na região serrana, é ponto de encontro de viajantes em busca de pousadas charmosas, natureza e gastronomia. A principal atração é o Parque Estadual da Pedra Azul e, claro, a rocha que dá nome a tudo e que tem um a saliência com o formato de um lagarto.

O guarda florestal José Bellon, conhecido como Guarda Belo, afirma que, com o aparecimento de trincas e fendas na rocha, um dia o “lagarto” vai se soltar. “Ele vai cair. Pode ser hoje ou daqui a milhares de anos. Se for hoje, tente fazer um selfie e jogue o celular longe, para que a gente possa recuperar a imagem depois”, brinca Belo.

É possível visitar o parque por uma trilha autoguiada, que leva a mirantes e piscinas naturais. São 5 quilômetros de percurso, sendo 3,5 quilômetros dentro do parque e 1,5 quilômetro do estacionamento até o portal.

O caminho tem degraus de madeira e de pedra, além de um trecho inclinado com cordas e corrimão.

Há uma segunda opção de caminho com parte da trilha em maior inclinação, onde a subida é feita pela rocha, com apoio em uma corda. Esse trajeto é indicado para quem gosta de aventura.

Numa caminhada lenta e com paradas, o passeio dura, em média, três horas. Vale a pena ir até as piscinas naturais, na parte mais alta da trilha, a 1.500 metros de altitude.

O parque está localizado na Rota do Lagarto, uma estrada estreita, que começa na altura do km 90 da BR-262, com árvores que formam túneis. No caminho, há pousadas, restaurantes, lojas e cafés, e o visitante pode ver e fotografar a Pedra Azul de vários ângulos.

Nessa estrada está o ecoparque Fjordland, que oferece passeios a cavalo na encosta da pedra. Atração indicada para quem viaja com crianças.

No fim da Rota do Lagarto, no km 7, está o Quadrado de São Paulinho, local de venda de artesanatos e quitutes. Há várias opções gastronômicas. De batata rosti e hambúrguer artesanal, na tenda do Taruíra Food Truck, aos doces nos jardins da Marietta Delicatessen.

Para quem busca uma comida mais elaborada, a alguns metros dali, no restaurante Alecrim, a chef Cecília Cunha prepara pratos da cozinha brasileira com referência mediterrânea.

“É uma cozinha autoral, que me dá liberdade para criar e misturar a culinária brasileira com outras, como a italiana e a francesa”, afirma a chef, que comanda a casa há sete anos.

Próximo ao restaurante fica a Pousada Rabo do Lagarto, uma das várias opções de hospedagem romântica na serra. As reservas precisam ser feitas com pelo menos dois meses de antecedência, segundo a proprietária, Lília Mello, 65, que mora no local e cuida de todos os detalhes.

Famílias abrem as portas para vender receitas caseiras

O agroturismo é um segmento explorado na região serrana do Espírito Santo. Famílias de produtores abrem as portas para mostrar como fabricam seus produtos e vendê-los.

É o caso da Tia Cila, fábrica familiar que produz biscoitos artesanais caseiros há 30 anos. De uma família de 11 irmãos, Cila era a segunda mais velha e foi a pioneira no comércio. Antes de morrer, pediu à família que mantivesse o negócio. “As receitas são da época da nossa mãe. Não tinha supermercado.

Tudo era feito em casa”, conta Sonia Maria Altoé, 63, irmã de Cila.

A loja fica no município de Venda Nova do Imigrante, a 15 quilômetros de Pedra Azul.

Na mesma cidade, em outra vila, vive a artesã Carmem Feitosa, 81, responsável pela Caprinova, que faz sabonetes artesanais com leite de cabra.

É dela também a receita das massas feitas pela empresa da família. Se a lojinha estiver fechada, é só tocar o sino que dona Carmem atende.

Um dos produtos típicos da região é o socol, um embutido de porco trazido pelos imigrantes italianos. O original era feito da carne do pescoço, mas, para se adequar ao paladar do brasileiro, em Venda Nova ele passou a ser feito do lombo.

Encontra-se o embutido em vários lugares, mas o mais tradicional é o da família Lorenção. No quintal da casa fica uma lojinha e um minimuseu familiar, onde dá para conhecer um pouco da história da imigração italiana à região.

O estado do Espírito Santo é conhecido também pela sua produção de café. Uma das marcas mais famosas da serra capixaba é a Seleção do Mário. De uma família de cafeicultores, Mário José Zardo, 34, compra os grãos de produtores selecionados e escolhe um a um manualmente.

Como as mães faziam antigamente “escolhendo o feijão” antes de cozinhar, a responsável por esse trabalho é a Santa, como é conhecida Santina Uliana, 57, uma tia da família.

Depois de selecionados, os grãos são torrados de acordo com a avaliação do Mário, da torra mais clara à mais escura, conforme a característica de cada fruto. “Não adianta o grão ser bom se eu não acertar a torra dele”, explica Mário.

A empresa começa a exportar em dezembro grãos selecionados para EUA, Suécia e Japão. E, em 2019, deve inaugurar uma cafeteria em Vitória. O preço do café do Mário varia de R$ 40 a R$ 80 o quilo.

Outro atrativo da região é o Apiário Florin, comandado pelo agrônomo holandês Arno Wieringa. Na loja, são vendidos mais de 60 produtos relacionados a apicultura.

Além de conhecer os produtos e as instalações da fábrica, é possível agendar visita às colmeias para, vestido com macacão de apicultor, ver o processo de produção de mel e pólen.

A melhor maneira de chegar a Pedra Azul é de carro. O veículo também é necessário para ir de um passeio a outro. A vila só funciona de quinta a domingo. A maioria dos restaurantes e lojas não abre nos outros dias da semana.

Pacotes para a serra capixada

R$ 526
4 noites em Vitória, na New Age
Pacote individual, com estadia em quarto duplo e café da manhã. Inclui city tour, traslados e seguro-viagem. Sem passagem aérea

R$ 754 
4 noites em Domingos Martins, na Litoral Verde
Preço individual, com hospedagem em quarto duplo e café da manhã. Sem aéreo

R$ 841 
3 noites em Domingos Martins, na FlyTour
Estadia em quarto duplo com café da manhã. Inclui traslados até o aeroporto e seguro-viagem. Sem passagem aérea. Valor por pessoa

R$ 869
4 noites em Domingos Martins, na BWT Operadora
Por pessoa, acomodação dupla com café da manhã. Inclui traslados. Sem aéreo

R$ 998
4 noites em Vitória, na CVC
Inclui hospedagem, café da manhã, guia e rodoviário a partir de São Paulo. Com passeios em Vitória, Vila Velha, Guarapari e Domingos Martins. Valor por pessoa

R$ 1.450 
4 noites em Domingos Martins, na Maringá Turismo
Estadia em quarto duplo com café. Inclui locação de veículo (SUV) e aéreo a partir de São Paulo. Preço por pessoa

A jornalista viajou a convite da Pousada Rabo do Lagarto

 

Via: www1.folha.uol.com.br

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