Piscinas com bar em residências viram atrações em bairros longe da praia no Rio
Nem praia nem cachoeira. A mania deste verão é ficar em casa e curtir uma piscina. Mesmo que a casa seja do vizinho. As chamadas “piscina’s bar”, como são anunciadas em redes sociais, já viraram point em bairros mais afastados das praias do Rio e em municípios da Baixada Fluminense. São residências com alguma infraestrutura — algumas, com algum investimento, já parecem verdadeiros resorts — que abrem as portas, mediante pagamento de diária, para receber interessados em relaxar e dar um mergulho.
Em Duque de Caxias, a piscina do Mikita, no bairro Vila Rosário, chega a receber duas mil pessoas em um só fim de semana de sol forte. O espaço, que só não funciona na segunda-feira, fica no quintal de Aroldo Pinheiro Dias, de 53 anos, mais conhecido como Mikita, e surgiu em 1986. No início, por ali só havia uma barraquinha de comida e bebida e um campo de futebol. Dois anos depois, ele resolveu construir uma piscina.
— Juntava alguns amigos para o futebol, mas, nos verões, fui percebendo que o campo ficava vazio e a piscina, lotada. Foi aí que visualizei uma possibilidade de transformar isso em negócio — revela.
O sucesso é tanto que Mikita tem hoje um complexo com três piscinas, duas para crianças e uma para adultos, além de uma ampla área de lazer. Ao todo, seu terreno chega a três mil metros quadrados. Tudo funcionando em anexo à sua casa.
— Sou o primeiro a chegar e o último a sair. Por ser quase dentro da minha casa, faço questão que seja um espaço voltado para as famílias. Sem brigas — garante Mikita.
Em Nova Iguaçu, no bairro de Austin, a diversão nos dias mais quentes fica por conta da Piscina Bar Doce Sossego, aberta todos os dias. A área de lazer surgiu no ano passado e tem medidas semiolímpicas: 25 metros de comprimento por 20 de largura.
Sem revelar de quanto foi seu investimento, o dono do terreno, José Eduardo de Lima, o Eduardo do Doce, de 43 anos, estima receber mais de mil pessoas, em dias de forte calor. A entrada custa R$ 10 (adulto) e R$ 5 (criança).
— Os moradores não precisam sair daqui e ir até a Zona Sul curtir o sol. É até mais econômico — argumenta Eduardo, que começou a trabalhar aos 15 anos como vendedor de doces nos trens.
O hoje empresário já faz obras de expansão no quintal, construindo uma área para shows.
— O cliente paga apenas a piscina e depois pode curtir grandes shows — afirma.
Na Zona Oeste, possibilidade de festas
O Sítio Quintal do Varanda, em Paciência, permite que o frequentador alugue todo o lugar para fazer festas. É preciso ter um grupo com ao menos cem pessoas para que o espaço seja fechado. Lá, além da piscina, há churrasqueiras e um campo de futebol. O proprietário, Wellington Alves, de 46 anos, revelou que já nem mora mais no local porque pretende fazer novas piscinas.
— Comecei o negócio há três anos com amigos. Eles mesmos foram dizendo que havia uma possibilidade de crescimento. No último carnaval, tive que impedir gente de entrar de tão cheio que estava — diz Wellington.
O sítio consegue reunir até 350 pessoas e funciona diariamente. O empresário ainda montou um restaurante, que só abre nos fins de semana e feriados. O valor da refeição é de R$ 13, sem balança.
Opções
Há piscinas bar bem simples, com apenas uma pequena piscina, até espaços que parecem verdadeiros clubes. As maiores ofertas estão na Baixada Fluminense e em bairros da Zona Oeste do Rio.
Onde procurar
No Facebook, no campo de busca, basta digitar “piscinas bar”. A mesma coisa pode ser feita no Instagram.
Preços
Os valores variam de R$ 5 a R$ 20 por dia. Com meia-entrada para crianças.
Serviços
Os espaços vendem comidas e bebidas. Entretanto, o público pode, se quiser, levar seu próprio lanche. Somente a bebida deve ser consumida no local.
Exigências
Esses locais não exigem exame médico nem cobram mensalidade. Basta pagar a entrada e se divertir.